(Ê irmão, ê irmão Eu sou nascido nas veredas do sertão Ê irmão, ê irmão Eu sou nascido nas veredas do sertão Ê irmão, ê irmão Eu sou valente, eu sou filho de peão)
Por aquelas cercanias Muitas léguas percorria No meu belo alazão Labirintos e enredos Eu tomava por brinquedo Dentro da escuridão
A pintada amoitada Eu pegava de emboscada Sem levar um aranhão Cavalgava noite inteira Sem perder a estribeira Sem temer assombração
Ê irmão, ê irmão Eu sou nascido nas veredas do sertão Ê irmão, ê irmão Eu sou valente, eu sou filho de peão)
Dentro dessas minhas veias Corre sangue com areia Do bendito chão caboclo O meu pai me ensinou Fazer tudo com amor Mas se preciso dar o troco
Quando meu filho crescer Quero vê-lo aprender O que o meu pai me ensinou Quando eu me aposentar Pra ele quero deixar O laço do seu amor
Ê irmão, ê irmão Eu sou nascido nas veredas do sertão Ê irmão, ê irmão Eu sou valente, eu sou filho de peão)
Nos cerrados, nas campinas Eu mostrava minha ginga Ao laçar um boi matreiro Se a boiada estourava Num instante eu ajuntava Por eu ser bom boiadeiro
De uma coisa eu ando certo Mesmo longe eu estou perto Daquele tempo que foi Quando por Deus for chamado Eu quero ser transportado Num velho carro de boi
Ê irmão, ê irmão Eu sou nascido nas veredas do sertão Ê irmão, ê irmão Eu sou valente, eu sou filho de peão)
Ê irmão, ê irmão Eu sou nascido nas veredas do sertão Ê irmão, ê irmão Eu sou valente, eu sou filho de peão)