Capineiro de meu pai Não me corte os meus cabelos Minha mãe me penteou Minha madrasta me enterrou Pelo figo da figueira que o Passarim beliscou
Companheiro que passas pela estrada Seguindo Pelo rumo do sertão Quando vires A casa abandonada Deixe-a em paz dormir Na solidão
Que vale o ramo do alecrim cheiroso Que lhe atiras no seio ao passar Vai espantar o bando, o bando buliçoso. Das mariposas que lá vão pousar
Esta casa não tem lá fora A casa não tem lá dentro Três cadeiras de madeira Uma sala a mesa ao centro
Esta casa não tem lá fora A casa não tem lá dentro Três cadeiras de madeira Uma sala a mesa ao centro
Rio aberto barco solto Pau d’arco florindo a porta Sob o qual ainda há pouco Eu enterrei a filha morta Sob o qual ainda há pouco Eu enterrei a filha morta
Aqui os mortos são bons Pois não atrapalham nada Pois não comem o pão dos vivos Nem ocupam lugar na estrada Pois não comem o pão dos vivos Nem ocupam lugar na estrada
Nada A velha sentada o ruído da renda A menina sentada roendo a merenda
Nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada. Aqui não acontece nada não Nada Nada Nada Nada absolutamente nada E o aguapé lá na lagoa Sobre a água nada E deixa a borda da canoa Perfumada É a chaminé à toa De uma fábrica montada Sob a água que fabrica Este ar puro da alvorada Nada, nada, nada, nada, nada, nada Aqui não acontece nada não Nada Nada, nada, nada, nada, nada, nada Nada absolutamente nada.
Compositor: Antonio Carlos Belchior (Belchior) (UBC)Editor: Universal Music Publishing Mgb Brasil Ltda (UBC)Publicado em 1998ECAD verificado obra #121351 e fonograma #43174115 em 04/Abr/2024 com dados da UBEM